Outros candidatos à nuvem

Um dos motivos para que a idéia da computação em nuvem esteja recebendo tanto destaque são os esforços de outras empresas, além do Google, para concretizá-la. Microsoft, Amazon e IBM estão entre as companhias que o mercado vê como propensas a oferecer sistemas de computação em nuvem.

Dois dos principais candidatos a concorrer com o Google e sua parceria com a Apple talvez venham a juntar forças. Em 1° de fevereiro de 2008, a Microsoft anunciou que faria uma oferta pelo Yahoo, o que ajudaria as duas empresas em seus esforços para derrotar o gigante das buscas [fonte: Microsoft (em inglês)]. Além de imenso poder de computação e muitos outros serviços na Web. o Yahoo ofereceria uma rede robusta de Web mail e o site de fotografia Flickr. A Microsoft entraria com o Windows Live, um processador de texto e um programa de agenda online. Com o domínio do pacote de aplicativos Office no mercado de software empresarial dos Estados Unidos, a Microsoft poderia disputar seriamente o mercado da computação em nuvem.

Outro potencial concorrente seria a Amazon.com. O grupo já é uma das maiores empresas de varejo online do mundo e tem interesses em outras áreas. O Amazon Web Services é um pacote de serviços em modelo nuvem que a empresa oferece a pequenos criadores de software que precisam de um espaço online de trabalho [fonte: Amazon.com (em inglês)]. A Amazon Elastic Compute Cloud (EC2) oferece aos usuários poder de processamento para seus trabalhos. Eles podem armazenar arquivos no Amazon Simple Storage Service (S3) e usar SimpleDB, um banco de dados, para armazenar e obter acesso rápido a arquivos menores [fonte: Claburn (em inglês)].

IBM Blue Cloud computer
Forschungszentrum Jülich/IBM
Em sua iniciativa Blue Cloud, a IBM quer ligar em rede seus grandes computadores, como este, em um centro de pesquisa em Jülich, Alemanha, a fim de criar uma poderosa nuvem

Em novembro de 2007, a IBM anunciou sua iniciativa Blue Cloud, sob a qual a empresa oferece um pacote de hardware e software que permite a seus clientes criar nuvens internas próprias [fonte: LaMonica (em inglês)]. A empresa já havia formado parceria com o Google, um mês antes, a fim de fornecer soluções em modelo nuvem para seis universidades norte-americanas. A IBM espera desenvolver o programa de forma a permitir que mais universidades, empresas e agências governamentais o adotem [fonte: Lohr].

Muitas empresas estão oferecendo hardware criado para funcionar em redes (em inglês) nuvem, entre as quais Hewlett Packard, Dell and Clear Cube. No entanto, um computador não seria necessariamente a única opção para se obter a acesso a uma rede nuvem - o usuário poderia utilizar outros aparelhos capazes de acesso à Internet, como um celular. Em janeiro de 2008, o Google apresentou lance em um leilão do governo dos Estados Unidos pela freqüência de rádio dos 700 MHz, o que permitiria que a empresa operasse um serviço de telefonia móvel [fonte: CNET News.com (em inglês)]. Caso o Google obtenha sucesso com seu lance, as portas se abririam ainda mais para a idéia de Carr. O Google argumentava que as freqüências deveriam estar abertas a acesso por toda uma gama de aparelhos e o governo atendeu a esse pedido. O espectro estará aberto a acesso assim que os lances superarem o mínimo de US$ 4,6 bilhões [fonte: Albanesius (em inglês)].

A despeito do entusiasmo de Carr, que afirmou em seu blog que esperava que a parceria Google-Apple começasse a dar frutos "dentro de meses e não anos", não houve anúncio formal de qualquer das duas empresas quanto a isso. Mas, em janeiro de 2008, a Apple anunciou um novo produto que, de muitas maneiras, assemelha-se a um aparelho para computação em nuvem.

Na feira MacWorld, em San Francisco, o presidente da Apple, Steve Jobs, revelou o aparelho mais próximo já desenvolvido de um equipamento para conexão em nuvem: o MacBook Air. O computador tem menos de 2,5 cm de espessura e Jobs tirou o modelo de exibição de um envelope comum de escritório, ao apresentá-lo. Para produzir uma máquina assim fina, os engenheiros da Apple sacrificaram o drive óptico e algumas conexões, entre as quais a de Ethernet. A bateria teve de ser incorporada de uma maneira que impede que o usuário a remova sozinho. Diferente de um computador cliente, o MacBook Air dispõe de um disco rígido, quer em formato tradicional, quer em formato solid-state [fonte: Apple (em inglês)].

Mas, por enquanto, Google e Apple não formaram parceria oficial para um aparelho de computação em nuvem - o MacBook Air não está vinculado apenas aos serviços Google de armazenagem e ao software oferecido online pela empresa.